EVANDRO TELLES
O melhor jeito de me prender...é me deixar ser livre (artigos naturistas)
quarta-feira, 14 de maio de 2025
quarta-feira, 16 de abril de 2025
segunda-feira, 27 de julho de 2020
A NUDEZ NA ERA TECNOLÓGICA
O homem tradicional foi treinado,
desde o nascimento, por uma sociedade burguesa e puritana, a ignorar a
existência do seu corpo. Todo o progresso do mundo ocidental foi mesmo baseado
na repressão sexual e, portanto, na negação do corpo.
O homem escravizado por minorias
privilegiadas precisava trabalhar, ao contrário do primitivo, que só tirava da
natureza o necessário para sua sobrevivência.
Assim, o primitivo possuía uma
sexualidade livre e o agricultor tradicional, ao contrário. Precisou reprimir
esta mesma sexualidade para pode dedicar-se ao trabalho. Este trabalho,
entretanto, não o beneficiava e, sim, aos senhores da terra que pertencia.
Assim, ao lado da escravização do
trabalho veio a repressão sexual.
Ainda hoje, quando esta situação
está em vias de ser rompida pelo advento de uma economia de abundância em que
não é mais necessário a escravização ao trabalho, o homem reage ao seu corpo em
padrões tradicionais. E o corpo nu é sentido, invariavelmente, com uma ameaça àqueles
a quem foi inculcado que a seriedade, a responsabilidade e o controle são
valores a serem construídos sobre a negação do corpo.
Nas sociedades primitivas, ao
contrário, a nudez é uma forma de adaptação à vida. O corpo é simplesmente
aceito como ele é. A criança costumava-se com a nudez desde o momento que
nasce. A cada instante, toma contato com a nudez global: a nudez das outras
crianças da sua idade, meninos e meninas, a dos adolescentes, das mulheres e
homens feitos, da mãe que espera o filho ou amamenta e também dos velhos.
Assim, a criança vai tomando uma
consciência profunda do sexo a que pertence e também daquele que não pertence.
A menina vai aprendendo que, se souber esperar, um dia ele também será mãe e o
menino que, se conseguir fazer bem feitas as ações masculinas que esperam dele,
será um homem forte, igual aos mais velhos.
Mas o nosso mundo ocidental
reprimido é um mundo de paredes. Desde que nascemos, as roupas nos separam de
nosso corpo. Assim como na infância as paredes das escolas separam as crianças
das diversas idades e dos dois sexos, as paredes dos escritórios, das fábricas
separam, mais tarde, os seres humanos das diversas classes.
O sexo
como tabu
Por isto, desde que nascemos,
temos uma noção menos nítida, mais obscura do ser humano, que os povos
primitivos. E, sem esta noção, nunca nos conhecemos e nos aceitamos
inteiramente. Por isso, a complexidade e a diversidade da maneira de viver no
mundo dos civilizados, as relações básicas entre os seres humanos e,
principalmente, entre o homem e a mulher são distorcidas.
As diferenças primárias entre
homens e mulheres são tão importantes que o seu conhecimento ou desconhecimento
na infância, modela de maneira diferente a visão e conhecimento que a criança
tem de si mesma, dos outros, da vida e do mundo em que vive. Antes de conhecer
intelectualmente, a criança conhece através do corpo e da reação dos outros a
sua feminilidade ou a sua masculinidade. Por isso, as crianças, primitivas
tornam a sexualidade a primeira identificação de si mesma.
Mas, no nosso mundo, o sexo é
tabu: não se pode tocar nos órgãos sexuais, não se pode vê-los, a realidade da
gravidez é cuidadosamente escondida das crianças, as palavras que designam os
genitais são substituídas por outras menos chocantes.
Enfim, o sexo é feio, é sujo.
Na nossa sociedade, pois a
diferença entre os sexos, tem que ver apenas com diferença de roupas, de
papéis, de privilégios. Mas na sociedade em que a diferença dos sexos é baseada
na diferença física, a criança se assume profundamente e inconsciente através
do seu sexo.
Evolução
do Papel da Mulher
Talvez o fato descoberto pela
psicanálise de que a mulher se considera um ser castrado, um homem incompleto,
provenha muito do obscurecimento do conhecimento do seu papel, do fato de
muitas mulheres viveram sós ou de muitas outras não terem filhos. Na sociedade
primitiva, ao contrário, era o homem que se sentia atemorizado diante do
mistério do nascimento da criança no corpo da mulher.
Assim, compensava este temor por
ritos de iniciação que consistem em imitar um novo nascimento (dentro do
homem). Hoje a inveja do pênis; na sociedade primitiva, a inveja do útero.
Assim, hoje inverteram-se os
papéis: no mundo primitivo, devido à evidência física, a mulher era considerada
como a mola biológica da espécie. No mundo ocidental reprimido, é o homem cheio
de privilégios que atemoriza a mulher...
E, uma vez que não é feia a
identificação física, o edifício é solapado nos seus alicerces: as outras
identificações, a sociológica e a psicológica, também não se fazem. Nem homem,
nem mulher sabem hoje qual é o exato papel de um em relação ao outro e dos dois
em construção do mundo. Só agora está se descobrindo a função sociológica da
mulher na superação do subdesenvolvimento, função esta que lhe foi negada
milenarmente. Só agora, também, está havendo uma descontração social em relação
à nudez e talvez estes dois fatos, o físico e o sociológico, estejam mais
intimamente correlacionados do que se pensa.
O homem e a mulher do mundo
tecnológico estão em vias rápidas de mutação. São mesmo mais diferentes de seus
pais tradicionais ainda vivos do que estes o eram dos egípcios ou dos gregos.
Com a automação e a difusão generalizada da informação, a repressão começa a
ceder. O papel do homem e da mulher está em vias de redefinição profunda. O
mundo do futuro ou será um mundo do homem e da mulher juntos, com o primitivo,
ou a humanidade caminhará para uma catástrofe total.
Cada vez mais em nossas praias,
homens e mulheres de todas as idades e condições exibem uma seminudez
descontraída. As crianças da idade tecnológica talvez se sintam mais integradas
no grupo humano por se sentirem integradas no grupo alegre e sadio da orla
marítima. Neste caso, viva Copacabana, Ipanema, Leblon, Guarujá,
institucionalização do encontro humano...
Polarização
do Nu
A polarização sobre o corpo nu só
pode ser superada quando este corpo for aceito realmente por todos como um dado
primeiro. A nudez erótica e clandestina
ainda é fruto da negação do corpo. A nudez aceita, global e natural, abre
caminho para a aceitação de si e do mundo, de uma maneira por nós ainda
desconhecida. Na nudez clandestina dos stripteases e das revistas
pornográficas, a mulher chega ao máximo do objetivação e desaparece como pessoa.
Seus seios expostos são explicitamente feitos para o prazer e implicitamente
negados para a maternidade.
Na nudez aceita, prazer e maternidade se integram. As diferenças
básicas que foram feitas para a perpetuação da espécie retomam o seu papel. O
homem terá saciado a sede da forma da mulher, que lhe foi milenarmente negada.
E esta, também, terá reaprendido os caminhos do corpo do homem. Nem homem nem
mulher procurarão no outro um fantasma, uma forma exterior, como hoje procuram.
Eles saberão que debaixo de uma forma perfeita pode esconder-se um ser
neurótico, reprimido ou incapaz de amar. Saciados da forma não se prenderão
mais nela e irão ai íntimo do de gozar e de amar, o erotismo em toda a sua
pujança que independe de forma e até de idade.. O prazer então liberto poderá
brotar do ser profundo de um, para o ser profundo de outro.
E assim, homem e mulher poderão
realmente vir a amar-se a integrar-se...
Rose-Marie Muraro
Fonte: Revista de Cultura “Vozes” N° 1 Janeiro\Fevereiro de
1971
Publicado na Revista Brasil Naturista nº 08 Dez/Jan/Fev 2009
Publicado no livro “Verdades que as roupas escondem” em 2009
sábado, 7 de setembro de 2019
segunda-feira, 24 de junho de 2019
POLÍTICA E NATURISMO
Um pouco antes da eleição para
presidente da República do Brasil no primeiro turno em 07/10/2018, observei uma
certa tensão entre as pessoas, discussão acirrada, até mesmo dentro das
famílias, continuou após o 2º turno em 28/10/2018 e tenho percebido que ainda
permanece.
Interessante foi notar que entre
as pessoas que praticam e defendem o Naturismo como uma filosofia de vida de
respeito e de harmonia também tiveram rompimentos por opiniões diferentes com
certa agressividade, ofensas pessoais e como resultado um distanciamento de
indivíduos que se admiravam. O que aconteceu? Os valores do Naturismo foram
esquecidos?
Entendam que os naturistas são
pessoas que dividem o mundo social com o mundo natural que muitas vezes são
conflitantes, valores diferentes. Mas temos que conviver e ter o conhecimento
necessário para entender esses conflitos sem violência, é compreender o outro
que também possui suas limitações.
Assim sendo, o naturista deveria
ser aquela pessoa que poderia compreender mais a natureza humana, buscando
sempre o conhecimento com argumentos esclarecedores, uma voz em defesa do meio
ambiente, dos animais, da vida enfim. Mas isso não está inserido nas ações
políticas? Lógico que está, então devemos sim preocuparmos com as ações que
preservem esses valores. Como diz Edson Medeiros: “Naturismo antes de tudo é um
compromisso com a vida”.
O assunto “política” que deveria
ser inserido nos grupos virtuais dos naturistas se tornou um tema proibido,
isso porque foi esquecido o que é trocar ideias, criou-se um fanatismo político
generalizado, não se tem o conhecimento como uma premissa básica para avaliação
das ações que defendem a natureza, nem mesmo houve o cuidado de analisar a
história do Naturismo em nosso país.
Não faltou esforço do Celso Rossi
para fincar a bandeira do Naturismo na Praia do Pinho, cuja história relatada
no seu livro “A Redescoberta do Homem” em tempos repressivos, do mesmo modo
Pedro Ribeiro na Praia de Abricó, os livros de Paulo Pereira mostrando a
história documentada, Cristina Agostinho com a biografia da Luz Del Fuego, Jorge
Bandeira com suas peças teatrais, a própria Luz com o livro Verdade Nua expõe
os falsos pudores da sociedade. Enfim, será que ninguém percebeu que de um modo
geral a política estava embutida num sentido mais amplo? Só é preciso buscar e
gostar do conhecimento por meio da leitura.
O fanatismo cria barreiras para o
autodesenvolvimento do mesmo modo que os preconceitos, até mesmo para as
descobertas científicas, “a compreensão do novo só é possível removendo os
apoios antigos”. (1)
Paulo Ghiraldelli, um filósofo,
professor e outras qualificações, na sua página no YouTube mostra um modo de
pensar político sem partidarismo, por que não estudar mais esse assunto para
que possamos conversar de um modo mais inteligente?
Livros também não faltam de
Henrique Rattner, um dos grandes pensadores do Brasil, sociólogo, economista,
professor (2).
Por que não buscarmos
conhecimento em fontes confiáveis no lugar de criarmos assuntos velados dentro
do Naturismo? Alguns dizem que é uma questão de opinião, não, não é, é falta de
conhecimento mesmo. Como já nos disse João Olavo “O mundo precisa do Naturismo”.
Mas o que adianta se continuam sentindo ofendidos por assuntos que necessitam
ser tocados, precisam ser analisados e não criar barreiras para nossa evolução.
Naturismo tem implicações nas
suas estruturas pessoais e se pensado, devidamente estudado, irá proporcionar
benefícios não tão somente individuais, mas para todos que nos rodeiam.
Muitas entrevistas já publicadas
não faltam elogios ao Naturismo dizendo: “É uma sensação de liberdade”. Quer
queiram ou não, tem implicações políticas.
(1) Andreeta;
Prof. Dr. José Pedro e Maria de Lourdes “Quem Se Atreve A Ter Certeza?”
(2) Rattner;
Henrique “Tecnologia e Sociedade”
Evandro Telles
24/06/19
quarta-feira, 30 de janeiro de 2019
NATURISMO E A TRAGÉDIA DE BRUMADINHO
Para os que pensam que Naturismo
nada tem a ver com a tragédia de Brumadino ou estão desinformados ou possuem
ideias bastante equivocadas acerca desse estilo de vida. Já dizia o amigo Edson
Medeiros: “Naturismo antes de tudo é um compromisso com a vida” e se só isso
não bastasse em seu conceito diz “Um modo de vida em harmonia com a natureza”. De
um modo ou outro, a queda da barragem 1 da mineradora agride todos os meus
valores naturais e humanos, sentimento de impotência invade diante dos
descasos, da irresponsabilidade, da ambição, da falta de amor pela vida que há
anos venho defendendo.
Até o Rei do Baião Luiz Gonzaga
se indignou com ações humanas em sua música “Assum Preto”:
Tudo em volta é só beleza
Sol de Abril e a mata em flor
Mas Assum Preto, cego dos olhos
Não vendo a luz, ai, canta de dor
Talvez por ignorância
Ou maldade da pior
Furaram os olhos do Assum Preto
Para ele assim, ai, cantar melhor
Assum Preto vive solto
Mas não pode mais voar
Mil vezes a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse
olhar
Assum Preto, o meu cantar
É tão triste como o teu
Também roubaram o meu amor
Que era a luz, ai, dos olhos meus
Atualmente qualquer coisa que nos
traz indignação, as pessoas já vêm falando sobre políticos. Tanto faz elogios
ou críticas a corrente contrária já vem agredindo como se tivessem solução para
tudo. Se faz algum comentário de cunho religioso, muitos vêm com pedras na mão
sem ao menos ter lido um livro de Richard Dawkins ou Lisandro Hubris. Tudo parece
verdades absolutas e assim nasce uma ideologia no limite do fanatismo. É
preciso aprender trocar ideias, é preciso saber o significado de respeito e
buscar incessantemente o conhecimento. A história da Bastilha, uma fortaleza no
século XV na França, transformada em prisão do Estado, ou seja, um local onde
eram presos aqueles que discordavam ou representavam uma ameaça ao poder
absolutista dos reis é um exemplo do que devemos evitar: A segregação, a prisão
do pensamento, a falta de respeito com o que nos é diferente, necessário é cultivar
mais humanidade.
Os naturistas também têm uma
parcela de culpa nessa fatalidade, por quê? Simplesmente porque ainda não fomos
capazes de criar uma Federação representativa, forte o bastante para que
tivéssemos pessoas que orientasse nas questões ambientais e uma voz para ser
ouvida. Para que serve a FBrN? Alguns ainda dizem. Serviria para não deixar
roubar o amor que temos pela natureza, serviria para denunciar maus tratos com
os nossos animais, mas com profissionalismo. Como disse Paulo Pereira em seu
último artigo “Vida Livre: Conforme a Natureza...”publicado no Jornal Olho Nu
de Janeiro/2019: “Devemos, com toda a
prioridade, prestigiar a racionalidade, o bom senso, o conhecimento científico,
a voz da natureza, em vez de devaneios pueris.”
Às vésperas de mais um Congresso
Brasileiro de Naturismo, que tal pensarmos em como criar uma Federação mais
representativa?
Voltando novamente ao artigo
acima citado, Paulo faz uma observação que há muito tempo o Leonardo Spínola
vem pedindo e que aparentemente se perde no ar, ou seja: “Necessitamos urgentemente fazer o real resgate do
natural, da natureza toda nua, dos instintos. Viver livremente está longe de
ser uma utopia, desde que haja conscientização e comprometimento”.
Vendo as pessoas naquele
sofrimento, os animais se debatendo para sua sobrevivência, só mostra como nós
humanos estamos nos destruindo por não considerarmos parte da natureza.
Certa vez o João Olavo me disse:
“O Mundo precisa do Naturismo”. Pelo visto, precisa mesmo.
Evandro Telles
30/01/19
domingo, 10 de junho de 2018
NATURISMO NÃO É UM CONCEITO DEFINIDO
A mania do homem querer se definir para tudo
levou os naturistas no III Congresso Internacional de Naturismo baterem o
martelo e definirem: “Naturismo/Nudismo é um modo de vida em harmonia com a
natureza, caracterizado pela prática da nudez social que tem por intenção
encorajar o auto-respeito, o respeito pelo próximo e o cuidado com o
meio-ambiente.”
Se
naquela época quiseram fazer uma definição, até que ficou razoável, mas o que é
uma definição? Por meio das palavras temos a pretensão de conseguir apresentar
algo de forma precisa. Se assim for, talvez não se trate de uma definição e sim
de um conceito, que pode ser expresso em qualquer número de linguagens que a
mente possa conceber. Ora, as concepções de Naturismo tem sido frequentemente
criticadas pelos vegetarianos, os conceitos se misturam e não chegam a nenhum
consenso porque são comportamentos distintos para fins também diferentes.
Fico
imaginando que tudo começou somente com um banho de sol sem roupas para um
grupo de pessoas numa clínica médica e viram que isso trazia (ainda traz)
benefícios para a saúde física e mental. Logo, Naturismo é o próprio Nudismo
ponto. O resto é pura tentativa de expressar por meio das palavras o que não
pode ser definido.
O
ser humano é o único animal que tem a consciência da sua nudez, essa é a sua
natureza e ele tenta assim explicar. Ao fazer isso ele cria rótulos, causa
divisões quando a filosofia naturista não pode ter nenhuma. Naturismo é uma
vivência, uma postura mental da naturalidade do corpo nu, uma nudez que tem dignidade.
Observe
que uma criança nasce pura, inocente, natural, integral. Quando uma criança
nasce, ela não é Hindu, nem Cristã e nem Mulçulmana, porque a consciência não
pode pertencer a nenhuma seita. A consciência pertence ao Todo. Depois a
sociedade fornece conceitos, preconceitos, sistemas e religiões (1). Naturismo
é um modo de vida em harmonia com a natureza, tente definir “natureza”. Isso me
faz lembrar de um autor, que agora não recordo o nome, escreveu um livro de,
aproximadamente, 250 páginas para definir a palavra “bom” e no final concluiu:
Não pode ser definido.
Tudo
que diz respeito ao comportamento humano não pode ser definido, no máximo
podemos fazer referência ou inferência dizendo: aparentemente indica que... ;
Tudo leva a crer que...; É assim em todas as áreas das ciências humanas. (2)
Os
conceitos são originados na nossa mente, não perca tempo com isso, esqueça a
mente, esqueça a sociedade, esqueça o que o outro pensa a seu respeito.
Aproveite os momentos que aqui estamos para compartilhar alegria, pensamentos e
buscar a si mesmo. Se você puder compreender sua divindade interior, você
compreendeu o que é a vida. Não deixe a sociedade interpretar, mas você tem de
acordar a si mesmo.
O
despertar para si mesmo é transformador na medida em que passamos a nos
conhecer melhor, a entender a nossa essência e as nossas limitações,
principalmente quanto à linguagem para expressar os sentimentos humanos. Não
basta criar definições ou conceitos, é necessária a busca interior de cada um,
as conexões que temos com um universo aparentemente sem sentido, nessa mistura
genética, fazer uma travessia de harmonia e felicidade.
O
Naturismo não pode ser um rótulo porque é integrado, não há necessidade alguma
de mudar ou acrescentar conceitos, mesmo porque somente irá aumentar as
contradições e provocar distorções. Já que se trata de um comportamento de
aceitação da própria natureza, tendo por base a igualdade de todos os seres,
não poderá ser definido com palavras. A compreensão ocorre somente pelos nossos
próprios sentidos.
É
assim com a palavra “vida”, sabemos o que é, mas não podemos explicar ou criar
conceitos. Sabemos que a temos, mas não podemos expressar com palavras, será
inútil e desnecessário, pura perda de tempo, tempo precioso para refletirmos sobre
nós mesmo, meros turistas às vezes esquecendo de apreciar a viagem.
Evandro
Telles
alterado em 10/06/18
(1) Artigo “Rótulos” de Osho
(2) O Gene Egoísta de Richard Dawkins
Assinar:
Postagens (Atom)